Esse foi o título da matéria publicada pelo Jornal A Notícia em 2007, mas os problemas continuam e são cada vez mais graves. Dentre os principais problemas estão os dejetos de suínos e a poluição do solo e subsolo, dos mananciais e contamina não apenas as terras catarinenses, mas a bacia do Uruguai, ultrapassando inclusive o terrirório Nacional.
A bacia do Uruguai só no Brasil tem uma área de 385.000 km², dos quais 174.612 km² situam-se dentro do Brasil, abrangendo 384 municípios dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Mas o problema da poluição preocupa também os Uruguaios e Argentinos, pois a poluição atinge grande parte da América do Sul e deságua no oceano Atlântico através da Bacia do Prata já em território uruguaio. Não é de hoje que o Governo recebe comitivas para tratar do assunto.
Só para ter uma idéia do desastre brutal índice de poluição: Santa Catarina tem uma população de pouco menos de 6 milhões de habitantes (estimado), mas devido a produção de suínos é como de no Estado vivessem mais de 60 milhões de habitantes, o que equivale a 30% da população brasileira vivendo em apenas 1% do território nacional.
O desenvolvimento sustentável tem por base o tripé meio ambiente, economia e sociedade, mas por enquanto os interesses puramente econômicos prevalecer sobre o meio ambiente e o social e a maior parte dos políticos forem coniventes com a situação será praticamente inviável falar sobre desenvolvimento sustentável e futuras gerações.
Se você pensa que 20 anos é muito tempo, pense no que estava fazendo há 20 anos atrás e verá que o futuro está logo ali.
Leia a matéria publicada no Jornal A Notícia e que amplia o foco de visão e acrescenta dados alarmantes sobre o nível de poluição:
17/10/2007 - Santa Catarina pode ficar sem água em 20 anos
Se os recursos hídricos não forem bem cuidados, a água pode acabar em Santa Catarina dentro de duas décadas. Resíduos de indústrias, dejetos animais e contaminação por agrotóxicos já comprometem a qualidade dos mananciais. No Sul e no Oeste do Estado, a situação é crítica, segundo alerta da Secretaria do Desenvolvimento Econômico Sustentável.
O volume das bacias hidrográficas ainda é suficiente para atender à demanda na maior parte do Estado, mas os sinais da falta de qualidade já são evidentes, de acordo com o 1º Plano Estadual de Recursos Hídricos, apresentado ontem pelo secretário estadual de Desenvolvimento Sustentável, Jean Kuhlmann. "A poluição e o desperdício são as principais ameaças à água catarisense", resume.
Fatores humanos, como as atividades econômicas, quando feitas sem preocupação com o meio ambiente, e climáticos, como as estiagens, são apontados como vilões quando o assunto é a qualidade e quantidade de água disponível para consumo.
As regiões Sul e Oeste apresentam as águas de pior qualidade. No Oeste, a região mais crítica do Estado, a poluição se deve ao lançamento em rios de esgotos domésticos sem tratamento e de dejetos suínos. No Sul, as causas da má qualidade da água são as mesmas, mas no Extremo da região há ainda a mineração de carvão.
Os resíduos da exploração de carvão contaminam a água com metais como o ferro, que aumentam sua acidez e impedem o consumo. Conforme a substância presente nessa água, ela pode se acumular em órgãos como os rins e provocar disfunções no organismo.
"Desde a década de 80, existem sistemas de contenção desses resíduos, mas o solo e as águas que foram contaminados antes permanecem assim, comprometendo a qualidade em certas regiões", explica Silene Rebelo, engenheira agrônoma e mestre em geografia.
É também no Sul do Estado que existe escassez de água devido ao uso intenso para irrigação, principalmente na rizicultura, nos meses de setembro a janeiro. Lá, segundo o diretor de recursos hídricos da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável, Rui Batista Antunes, já há conflitos pela água. A indústria e a mineração sucedem a irrigação como as atividades que mais gastam água. O uso dos recursos hídricos nas criações de animais, com destaque para suínos, bovinos e aves, aparecem em terceiro lugar.
A falta de saneamento básico, problema presente em todo o Estado, também é considerada por Rui como um fator preocupante. SC tem a segunda menor cobertura de saneamento básico do País (apenas 11%), ganhando só do Piauí, no Nordeste.
"Se o Estado continuar com ações localizadas, sem elaborar programas que contemplem toda a água de SC, o esgotamento dos recursos hídricos será inevitável, porque a demanda cresce e os recursos não", ressalta Jean Kuhlmann.
A maior demanda de água é na bacia do rio Itajaí, onde são captados cerca de 4,2 metros cúbicos de água por segundo, que equivale a 4,2 mil litros de água. Para se ter uma idéia, para tomar um banho de 15 minutos, uma pessoa gasta cerca de 243 litros. Em seguida, está a bacia do rio Cubatão Sul, que abastece a Grande Florianópolis.
As regiões hidrográficas (RH)
RH1 – Extremo-oeste
Os rios Peperi-guaçu e o das Antas são as principais bacias que drenam a região. A agricultura é a atividade econômica mais importante, principalmente como fornecedora de matéria-prima para a agroindústria. A qualidade das águas é considerada crítica devido à poluição por dejetos suínos.
RH2 – Meio-oeste
Integra a bacia do rio Uruguai. As bacias dos rios Chapecó e Irani são os principais cursos d'água. A atividade agropecuária intensa contamina os mananciais por dejetos suínos e agrotóxicos.
RH3 – Vale do Rio do Peixe
Também integra a bacia do rio Uruguai e compreende as bacias dos rios Jacutinga e Peixe. Na atividade agrícola, o destaque é a produção de suínos e aves. A poluição por dejetos suínos é grave, estendendo-se por quase todos os mananciais da região.
RH4 – Planalto de Lages
Formada pelas bacias dos rios Pelotas e Canoas, é uma das maiores do Estado. É a região de maior área física e de menor densidade demográfica de SC. As produções agrícola, pecuária e madeireira são a base da economia. A produção de papel e celulose é a principal atividade poluidora e/ou consumidora de água, mas a região não tem índices alarmantes de poluição.
RH5 – Planalto de Canoinhas
Faz parte da bacia do rio Iguaçu. É a segunda região hidrográfica com menor densidade demográfica do Estado. As atividades agrícola e industrial são expressivas. Não apresenta índices alarmantes de poluição. A produção de papel e celulose e a concentração urbano-industrial são as principais poluidoras e/ou consumidoras de água.
RH6 – Baixada Norte
Os rios Cubatão e Cachoeira são os principais. O primeiro é uma das principais fontes de captação de água para a cidade de Joinville, que tem a maior concentração urbano-industrial do Estado. A qualidade das águas está comprometida por causa dos resíduos industriais e despejo de esgoto doméstico.
RH7 – Vale do Itajaí
Composta pela bacia hidrográfica do rio Itajaí, abastece cerca de 1 milhão de habitantes. Produção industrial principalmente na área têxtil. A disponibilidade de água na região não é alta. A industrialização e o plantio de arroz irrigado e de hortaliças consomem e/ou poluem a água.
RH8 – Litoral Centro
Os destaques são as bacias dos rios Tijucas, Biguaçu, Cubatão do Sul e da Madre. As principais atividades econômicas do local, que apresenta a maior densidade demográfica do Estado, são pequenas e médias indústrias, turismo, produção de hortaliças e pesca. Todos os rios da região apresentam poluição, principalmente por esgoto domiciliar e resíduos industriais.
RH9 – Sul
Integrada pelas bacias dos rios Tubarão e D'una. Destaque para a extração de carvão, que é também a principal fonte de poluição devido à sua extração e beneficiamento. A produção agrícola e a atividade industrial também poluem as águas da região, considerada uma das mais críticas de SC.
RH10 – Extremo-sul
As bacias dos rios Araranguá, Urussanga e Mampituba compõem essa região. Mineração de carvão, produção industrial e agricultura, principalmente de arroz irrigado, são responsáveis pela escassez de água. Extração e beneficiamento de carvão são agravantes.
Fonte:
http://www.montecastelo.sc.gov.br/conteudo/?item=6362&fa=1&cd=15793
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