Por Francine De Lorenzo
Os investidores que conseguiram perceber o descompasso entre o crescimento da oferta e o da demanda mundial por por produtos agrícolas meses atrás, entretanto, viram suas aplicações engordarem. Apenas no primeiro semestre de 2008, os papéis da SLC Agrícola, produtora de algodão, milho, soja e café que estreou na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em junho do ano passado, subiram 83,92%. O retorno foi tão positivo que, mesmo diante de um período de instabilidade no mercado acionário, a companhia se animou em lançar uma nova oferta de ações e, no dia 27 de junho, colocou mais 11,7 milhões de papéis no mercado.
A Renar Maçãs, por sua vez, após um início difícil na Bovespa em 2005, já contabiliza valorização de 83,76% neste ano. A companhia chegou a amargar perdas de mais de 60%, mas no ano passado recuperou o fôlego e acumulou ganhos de 182,15%.
Das dez ações do Ibovespa que mais subiram no ano, cinco são de siderúrgicas. O resultado reflete os 23%, em média, de reajuste nos preços do aço no primeiro semestre e a expectativa de um novo aumento - dessa vez por volta de 15% - em meados de julho. “Por enquanto, não há indícios de que a inflação vai derrubar o consumo de automóveis, linha branca e imóveis. Nem mesmo o crescimento da inadimplência está afetando os negócios”, afirma Ferraz.
A campeã de rentabilidade em 2008, porém, não vem nem do setor de siderurgia, nem dos agronegócios. A incorporação da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil levou as ações da instituição paulista às alturas, fechando o semestre com uma valorização de 84,94%. O caso provocou discussões no mercado, com concorrentes como Bradesco, Itaú e Unibanco reivindicando um leilão para terem a chance de participar do negócio. Chegou-se a cogitar que a venda da Nossa Caixa seria atrelada à privatização da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), que teve seu processo de venda fracassado por falta de interessados. A operação casada foi negada pelo governador de São Paulo, José Serra.
Fonte: Portal Exame
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