Uma pesquisa inédita do Sebrae-SP apontou que entre as micro e pequenas empresas que passaram por processos de inovação em seus negócios, no último ano, 52% tiveram crescimento no volume de produção, 46% aumentaram o faturamento, 39% registraram maior produtividade da mão-de-obra e 24% ampliaram seus quadros de pessoal. Esse resultado foi o dobro do verificado nas empresas que não inovaram. O estudo "Inovação e Competitividade nas MPEs Paulistas", elaborado pelo Observatório das MPEs, ouviu 450 empresas do Estado de SP, uma amostra representativa do universo de empresas do Estado, nos setores indústria, comércio e serviços. A pesquisa foi apresentada hoje, durante o Workshop Desafio da Inovação e Competitividade nas MPEs, no auditório do Sebrae-SP. O objetivo do estudo era identificar o grau de inovação existente no grupo de empresas de micro e pequeno porte do Estado de São Paulo e avaliar a freqüência com que os empresários empregam as inovações em seus negócios, e os principais processos inovadores implantados. Para o gerente de Inovação e Acesso à Tecnologia, Marcelo Dini Oliveira, "A inovação pode contribuir muito para aumentar a competitividade nas MPEs, por esse motivo, colocamos todos nossos esforços na difusão deste conceito", afirmou. Para o diretor técnico do Sebrae-SP, Paulo Arruda, alcançar sucesso nos negócios não depende apenas de um produto de qualidade e atender bem o cliente. "Para ter diferencial, a empresa precisa inovar sempre e esta pesquisa mostra que isso é possível, com pouco dinheiro e muita criatividade. O Sebrae-SP tem o papel de fazer com este conhecimento chegue aos micro e pequenos empresários para que elas possam inovar na sua organização e tornam-se cada vez mais competitivas", comentou. Quanto à freqüência da inovação, a pesquisa apontou que 53% das empresas entrevistadas afirmaram ter realizado alguma melhoria ou novidade no seu negócio. Do total de empresas pesquisadas, 28% desenvolveram novos produtos, 22% implantaram novos processos e 15% conquistaram novos mercados. O estudo utiliza o conceito de inovação adotado pelo Sebrae que refere-se à concepção de novo produto ou processo de produção, bem como a agregação de novas funcionalidades ou características ao produto ou processo que implique em melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou produtividade, resultando maior competitividade no mercado. Dentro das inovações com novos produtos e serviços, 11% referem-se à maior variedade de marcas, serviços adicionais, produtos que consomem menos energia, novas peças na área automotiva e novos medicamentos e utilidades domésticas. A identificação na necessidade de inovar no negócio, em 11% das empresas, deu-se por sugestões dos próprios clientes. Com relação aos novos processos e metodologias adotadas, 5% dos empresários citaram a informatização da empresa, juntamente com a melhoria da qualidade e segurança, do controle de estoque e qualidade, cursos e implantação de novas tecnologias de produção. Estes processos foram motivados, na maioria das empresas, por desenvolvimento próprio. A pesquisa identificou também que metade das empresas investe até R$ 2 mil no desenvolvimento de novos produtos, o mesmo valor em desenvolvimento de novos processos, e até R$ 6 mil na busca de novos mercados. Dos 28% das empresas entrevistadas que inovaram nos produtos, 96% delas já estão lucrando com a venda do produto no mercado e obtiveram 84% de resposta ao produto como ótima ou boa. "Se pensarmos que o faturamento médio destas empresas é de R$ 15 mil, um investimento de R$ 2 mil não é tão alto, em virtude do retorno que a inovação traz para o negócio", justificou Marco Aurélio Bedê, gerente do Observatório das MPEs. A Samtronic, fabricante de equipamentos médicos, já sentiu no caixa as vantagens da inovação. Depois de adequar seu principal produto - transformou três bombas de infusão de medicamentos em um só aparelho, agregando novas funções - a empresa viu seus números triplicarem. Pulou de 37 para 113 funcionários, criou cinco novos produtos, e aumentou a produção mensal de 300 equipamentos para 2.500, além de alcançar o mercado externo exportando para 40 países. "A inovação foi fundamental para o crescimento da empresa que passou de micro para média. Adequamos nosso produto com o padrão de qualidade internacional, alterando toda a parte eletrônica que não atendia às normas e leis para eliminar as barreiras tecnológicas e atender outros países. Com o conhecimento adquirido com a participação no Progex e aproximação com institutos de pesquisas como o IPT, passamos a desenvolver produtos levando em consideração os testes que eles seriam submetidos", concluiu José Mauro Gomes Pinto , engenheiro clínico da Samtronic. Nem sempre a inovação está na criação de um produto novo. Em boa parte das vezes as empresas inovam ao alterarem algum processo de produção e sentem rapidamente os resultados. Foi o caso da Estec, fabricantes de lupas para estética, que ficou mais competitiva ao mudar o processo de desenvolvimento de produtos da empresa. Antes, os três funcionários trabalhavam individualmente em suas baias e produziam juntos até três peças por hora. A eliminação das divisórias, onde cada um passou a fazer uma parte da peça, aumentou a produção para sete unidades, no mesmo período.
Fonte: Portal Sebrae/SP
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