sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Negociação Salarial pior do que nos tempos da ditadura.

Nos últimos meses um assunto vem me intrigando. Apesar do avanço da democracia no Brasil algumas categorias profissionais vêm sendo completamente ignoradas pelo poder público na hora da negociação dos reajustes salariais. Se durante a ditadura militar as negociações trabalhistas praticamente não existiam, hoje estão aí, mas nem todos os trabalhadores têm acesso, uma ditadura velada por um discurso democrático.

Em relação ao Governo Federal o maior exemplo foi o descaso com os profissionais da Receita Federal, órgão que garante os recordes de arrecadação, com profissionais preparados, qualificados e concursados, cuja passagem pela função vai além dos trinta anos, ao contrário de qualquer pessoa eleita ou que passa a comandar estes órgãos por simples indicação política. Não me refiro aqui apenas a um, mas a todos aqueles que ascendem as funções temporariamente por questões de indicação política e passagem de um determinado partido pelo poder.

O que mais me intriga em relação é o fato do Brasil estar sendo administrado por um partido político que foi um dos grandes responsáveis pelo avanço da democracia no Brasil e da valorização dos trabalhadores. Vale aqui não um julgamento do mérito da questão, mas como estes profissionais foram desrespeitados em relação à própria negociação salarial, uma questão de incoerência histórica.

Já o exemplo aqui em Santa Catarina é dado pelo descaso com os funcionários ligados a agricultura. Engenheiros agrônomos da Secretaria da Agricultura, CIDASC e EPAGRI já estão em estado de greve pelo que consideram como “Um desmando e um desrespeito sem precedentes na história das negociações salariais dos Engenheiros Agrônomos”. Afinal quem não tomaria uma atitude diante do atual quadro relatado pelo SEAGRO-SC (Sindicato dos Engenheiros Agrônomos de Santa Catarina) :

• São mais de 150 dias sem negociador oficial.
• Várias audiências e reuniões agendadas e depois desmarcadas pelo Governo.
• Cláusulas do ACT 2007/08 ainda não cumpridas.
• Secretários da Fazenda, da Articulação e da Administração se negando a receber os sindicatos e desautorizando o Secretário da Agricultura e os presidentes da Epagri e Cidasc a negociar.

Esse quadro deveria preocupar o Governo que deveria estar sensível as reivindicações da categoria, afinal a agricultura de Santa Catarina é exemplo para o Brasil e para o mundo, posto que é fruto do trabalho incansável desses agrônomos e dos demais funcionários da agricultura, e certamente nem sempre recebe a colaboração daqueles que estão apenas de passagem nos cargos comissionados.

E nem o município foge a regra. Durante a campanha eleitoral aqui em Florianópolis, pesquisa do IBOPE levantou que a principal preocupação da população é com a saúde. Os candidatos saíram logo atacando o setor como prioritário em suas plataformas de governo, porém, no entanto não ouvi nenhuma proposta sobre a melhoria para os funcionários do setor. Lembrando que o melhor atendimento a população depende também da valorização profissional. Sem falar no grave erro de avaliação e planejamento, pois todos apontam o atendimento dos postos de saúde como o grande vilão, mas de fato o que Florianópolis enfrenta é a falta de 400 leitos hospitalares, ou em outras palavras, a construção de um novo hospital.

Certamente muitos dos responsáveis irão colocar a culpa na lei eleitoral que proíbe o aumento salarial durante o período de seis meses antes das eleições, mas isso é só um paliativo para a falta de eficiência administrativa para tomada de decisão ou simplesmente a prática das prioridades na agenda dos políticos, o que indica a diferença clara entre discurso político e ação administrativa.

Nota:

A pior conseqüência desse descaso é que quando o salário começa a incomodar os funcionários é sinal que muita coisa já esta errada em outras esferas, coincidência ou não, tanto na Receita Federal quanto na Agricultura em Santa Catarina escândalos recentes vem abalando a moral desses funcionários. Os funcionários perdem a motivação e a sociedade acaba perdendo profissionais extremamente dedicados a função e aos resultados das organizações.

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